Brasil cria plano para deter as doenças crônicas até 2022

19/05/2012 19:53

Segundo Ministério da Saúde, doenças cardiovasculares, diabetes, câncer e doenças respiratórias crônicas são as doenças crônicas de maior impacto mundial.

A revista Epidemiologia e Serviços de Saúde publicou na edição de outubro-dezembro de 2011 o plano de ações do governo brasileiro para enfrentar as doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) no país. O artigo "Apresentação do plano de ações estratégicas para o enfrentamento das doenças crônicas não transmissíveis no Brasil, 2011 a 2022", foi produzido por Jarbas Barbosa da Silva Junior, secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Deborah Carvalho Malta e Otaliba Libânio de Morais Neto, do Departamento de Análise de Situação de Saúde da Secretaria de Vigilância em Saúde.


Segundo os autores, o plano, divulgado em reunião da Organização das Nações Unidas, em setembro de 2011, define e prioriza as ações e os investimentos necessários ao país para enfrentar e deter as DCNT nos próximos dez anos e fundamenta-se em três diretrizes principais: a) vigilância, informação, avaliação e monitoramento; b) promoção da saúde; e c) cuidado integral.

"As doenças crônicas não transmissíveis são as principais causas de óbitos no mundo e têm gerado elevado número de mortes prematuras, perda de qualidade de vida com alto grau de limitação nas atividades de trabalho e de lazer, além de impactos econômicos para as famílias, comunidades e a sociedade em geral, agravando as iniquidades e aumentando a pobreza", explicam no artigo.

Apesar do rápido crescimento das DCNT, os autores acreditam que seu impacto pode ser revertido por meio de intervenções amplas e custo-efetivas de promoção de saúde, para redução de seus fatores de risco, e pela melhoria da atenção à saúde, detecção precoce e tratamento oportuno.

Segundo eles, as DCNT que mais matam no mundo são as doenças do aparelho circulatório, diabetes, câncer e doença respiratória crônica. Eles explicam que os principais fatores de risco são o tabaco, a alimentação não saudável, a inatividade física e o consumo nocivo de álcool, responsáveis, em grande parte, pela epidemia de sobrepeso e obesidade, pela elevada prevalência de hipertensão arterial e pelo colesterol alto. "As quatro doenças têm quatro fatores de risco em comum, modificáveis: tabagismo, inatividade física, alimentação não saudável e álcool. Em termos de mortes atribuíveis, os grandes fatores de risco globalmente conhecidos são: pressão arterial elevada (responsável por 13,0% das mortes no mundo); tabagismo (9,0%); altos níveis de glicose sanguínea (6,0%); inatividade física (6,0%); e sobrepeso e obesidade (5,0%)", destacam os pesquisadores no artigo.

O texto também ressalta os gastos econômicos do governo com as DCNT, que estão entre as principais causas de internações hospitalares. Segundo os autores, recente análise do Banco Econômico Mundial estima que países como Brasil, China, Índia e Rússia perdem, anualmente, mais de 20 milhões de anos produtivos de vida devido às DCNT. "Avaliações para o Brasil indicam que a perda de produtividade no trabalho e a diminuição da renda familiar resultantes de apenas três DCNT (diabetes; doença do coração; e acidente vascular encefálico) levarão a uma perda na economia brasileira de US$ 4,18 bilhões entre 2006 e 2015", acrescentam na pesquisa.

Para eles, a consolidação do Plano depende da mobilização de toda a sociedade civil, para a priorização das DCNT nas políticas e nos investimentos nacionais. Os autores dizem que as metas propostas ainda serão desagregadas para as unidades federadas, possibilitando o monitoramento regional. Ademais, o sistema de monitoramento estará disponível no sítio eletrônico do Ministério da Saúde para que seja publicizado e para que as metas sejam acompanhadas.

Agência Notisa

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